Você já conhece nossa nova série chamada PsyTrance Pelo Mundo?
Não? Então se liga!
Iremos falar desde os Festivais mais famosos como o Boom Festival, até os mais afastados e curiosos como o Green Magic, no meio do gelo, lá no Japão!
Mande pra gente suas sugestões!
E na segunda matéria da nossa série, vamos trazer mais um dos grandes festivais de contracultura na cena trance. Hoje é a vez de falarmos sobre o Boom Festival que acontece a cada dois anos no sudoeste europeu.
Um Festival que nasceu em 1997, quando ”tudo isso aqui era mato” e quase ninguém sabia o que era Psytrance, quais eram as políticas de drogas, ou até mesmo o que era psicodelia.
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Hoje o cenário mudou e é por isso que resolvemos fazer um resumão de alguns pontos interessantes sobre o Boom Festival!
Boom Festival

A cidade que recebe o Boom Festival é Idanha-a-Nova, uma vila pacata no interior de Portugal. O visual do lugar é algo que eleva a beleza do evento. O belo lago e o pôr do sol compõem a paisagem da vila, e são instrumentos de distração para o público, quando não estão no dancefloor.
A chegada de milhares de pessoas de todo o mundo com diferentes valores e estilos de vida, geram grandes impactos culturais, mas ao mesmo tempo é um motor de desenvolvimento e impulso econômico há muitos anos. Não estamos falando de eventos que tiveram poucas edições e já estão estourando, como no Brasil. Estamos falando de um evento com mais de 20 anos de história, com um valor cultural gigantesco para a cena e para a cultura internacional.
O evento é uma oportunidade única de trocar experiências, conhecer, ensinar e praticar a sustentabilidade, respirando muita música em uma mistura de vertentes e arte como a pintura, a escultura, as instalações interativas, o grafitti e a dança, que são complementadas por conferências, e apresentações de temas como metodologias de ciência alternativa, cultura visionária, culturas ancestrais, espiritualidade, gnosticismo, antropologia, psicologia da consciência e outros.
Os participantes do Boom não são apenas jovens, existe uma grande diversidade etária que vai de crianças, adultos e inclusive o público com mais de 50 anos. Esta diversidade é possível através das propostas artísticas e culturais que enfatizam a pluralidade e a troca de conhecimento.
Uma das peculiaridades do Boom é a sua independência frente ao sistema comercial, ao contrário do que acontece na maioria dos festivais, o Boom não aceita patrocínio comercial, a ética do evento consiste em um clima de contato com a natureza onde o público está longe de qualquer estratégia de marketing. Os encontros focam nas trocas de conhecimentos entre os participantes. Sem ostentação ou glamour, o que vale durante os dias de festival é a cultura, a arte e o amor, por essa razão muitos participantes relatam o Boom Festival como uma experiência de realidade paralela.
Das Primeiras às Últimas Edições
A primeira edição ocorreu em 1997 com a proposta de ser apenas um evento musical, mas evoluiu ao longo dos tempos para uma celebração de cultura alternativa e intercultural capaz de reunir pessoas de todos os estilos e idades.
Se liga nesse vídeo que achamos, onde mostra as edições de 1999 até 2010. Maneiro!
Fato é que no início ninguém imaginava a proporção que isso daria, mas hoje, temos um dos principais e mais cobiçados Festivais do Mundo!




De um festival no interior de Portugal, a um império de valor cultural inestimável!

Curiosidades
Em 2004, o Boom começou a desenvolver projetos para se tornar auto-sustentável, visando formas de não contaminar a natureza e educar para a consciência ecológica. O desenvolvimento de banheiros que não usam química, o tratamento das águas do festival através de biotecnologias e as fontes de energia, são opções sustentáveis. Além disso, o Boom faz uso da energia solar e eólica.
O evento tem ainda uma boa política de descarte de resíduos, usam a permacultura em sua decoração, e fornecem gratuitamente kits de limpeza aos participantes, o que fortalece o selo de sustentabilidade do evento. Em 2010 o festival foi convidado pela ONU a fazer parte do projeto United Nations Environmental and Music Stakeholder Initiative, que tem o objetivo de promover a consciência ambiental a nível mundial.
O Boom Festival é o único festival português com prêmios internacionais na área ambiental.
Neste vídeo postado em 2009 no Canal do Boom no Youtube, mostra como funcionou a política sustentável no Boom Festival de 2008. Nele, um brasileiro mostra a triagem de materiais que foram usados no Rock in Rio e doados ao Boom Festival.
Não sabemos se é o Rock in Rio Brasil ou Lisboa, de qualquer forma isso é muito incrível!
Economia
Os boomers aproveitam o festival de Idanha-a-Nova para estadias mais prolongadas em Portugal. O turismo promovido com o festival tem um impacto econômico de 55,3 milhões de euros, segundo um estudo da Ernst & Young (EY) que analisa o impacto econômico e social do Boom.
Esse estudo apurou também que o número de pessoas envolvidas em cada edição dentre visitantes, artistas e profissionais é de 41 mil, representando quase 5 vezes a população de Idanha-a-Nova que é um local pouco povoado. O número de pessoas nos anos em que ocorre o festival equivale a cerca do dobro dos turistas que visitam o município por ano. Além do benefício econômico, o Boom Festival cria 549 postos de trabalho diretos.
Boom Festival 20 anos
Um evento com tamanha proporção com certeza tem muita história para contar! Detalhes desde o seu surgimento, conhecimentos absorvidos em Goa e que serviram de inspiração para dar vida ao Boom. As curiosidades, dificuldades, todos os projetos paralelos, entrevistas dos próprios criadores do festival, e uma viagem no tempo, tudo isso está detalhado no documentário de 20 anos do Boom Festival e sua jornada de 1997 a 2017.
O material, com duração de 72 minutos, tem mais de 100 mil visualizações e milhares de curtidas no Youtube. O documentário narra toda a trajetória de duas décadas do Boom, e que também foram levadas para as páginas do livro “Boom Festival 20 Years: A Visual and Oral History”. O livro tem 356 páginas e apresenta os testemunhos de 134 pessoas “que tiveram impacto na evolução do festival e cujas vidas o Boom tocou“.
A obra explora as últimas décadas da cultura do festival e da psicodelia “O livro conta a história convincente de Boom, começando com um ensaio, que compara a cultura do festival contemporâneo com os ritos antigos de Elêusis , antes de avançar para o século XXI. Contado a partir de 134 perspectivas diferentes , o nascimento e o crescimento de Boom são documentados em três capítulos distintos, dando um sentido mais profundo de contexto a cada período: 1997-2000; 2002-2008; e 2010-hoje. O todo é ilustrado por fotografias exclusivas, algumas das quais nunca foram publicadas antes“. O repertório foi produzido em 2017 e traz artes visuais fascinantes, retratas através de 500 fotografias, imagens de flyer e imagens e design gráfico da velha e nova escola, e pode ser adquirido clicando aqui.
Dá uma conferida no documentário Boom Festival 20 Years:
Adiamento da Edição de 20 Anos
Os bilhetes para o festival em 2020 foram vendidos em 60 países, e esgotaram em apenas 1 hora, mas devido a pandemia mundial do COVID-19, o evento foi adiado para 2021. A organização do Boom emitiu uma nota oficial no site e nas redes sociais informando as principais mudanças.
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https://www.instagram.com/p/B-aOn6LHcDp/
Acho que deu para sentir um pouquinho do que é esse rolê e o impacto que ele causa na vida de quem vai, né?! Esse é o tipo de matéria que deixa a gente com vontade de ir, você também ficou?
Conta pra gente.

Dj e produtora no projeto Homanoff e proprietária no evento Lupercália, Bruna Bronholo Alves entra pro time de redatores da Hï BPM para agregar seu conhecimento e experiência e poder compartilhar informações sobre todo o cenário do trance mundial.