Se você já foi no Universo Paralello ou nas últimas edições da Soulvision, provavelmente deve ter visto alguns índios por lá. São os índios Pataxós, que residem em Porto Seguro, na Bahia, e viajam quilômetros para fazer a limpeza e purificação desses Festivais.
Eles estiveram presentes também nessa edição do Soulvision. Conversamos com eles e vamos te contar agora um pouquinho sobre o trabalho incrível que eles fazem!

Rodrigo Pessôa e Isabelle A. Furtado
Bom, para começar, não é normal ver índios nas raves que estamos acostumados a ir, né? Vendo de longe, nós temos a impressão de que eles estão lá apenas para vender sua arte, mas não…
RITUAL DE ABERTURA
Que existem más energias nós sabemos! Os índios, por todo seu histórico com a natureza, com nosso país e com a Amazônia, dominam vários rituais de purificação energética e foi por isso que eles estavam no Soulvision. Eles iniciaram a festa com um ritual de abertura incrível!

Rodrigo Pessôa e Isabelle A. Furtado
Antes de iniciar o som, todos se reuniram e fizeram uma roda com defumação de ervas e óleos de árvores encontrados na Amazônia, para energizar e limpar o local da festa das energias negativas e assim, todos poderiam curtir o rolê com a melhor experiência pessoal possível.

Rodrigo Pessôa e Isabelle A. Furtado
E foi assim!
A energia estava ótima, o contato com a natureza estava sensacional e os índios permaneceram no evento até o final como guardiões do Vale das Grutas! Eles encerraram o evento após a apresentação de Rica Amaral e fizeram o fechamento dos portais de energias no Festival!

Rodrigo Pessôa e Isabelle A. Furtado
OCA AUÊ
Quem passava pela lojinha dos índios no Soulvision, podia ver cerca de 10 índios devidamente caracterizados, conversando, fazendo purificação nas pessoas e vendendo suas artes produzidas na aldeia. As mais variadas artes, que tem extrema importância de purificação interna e externa, onde quem a usa está protegido das más energias. Dentre os itens da loja, vimos cocar, bolsas, arco e flecha, rapé, brincos, pulseiras, ervas e muito mais.

Rodrigo Pessôa e Isabelle A. Furtado
Conversando com o Índio Katyre Bayxu, decidimos dar uma olhada nos produtos da aldeia e um deles chamou atenção. Particularmente, acredito que se uma arte me chama atenção, ela deve ser minha! As boas energias chegam até nós, ela nos escolhem; basta estarmos aptos a entender os recados do Universo.
A joia era minha! Joia Rara essa!
O que é uma joia rara pra você?
Um colar de 1 milhão de reais?
Um anel com um diamante usado por um egípcio de milhares de anos?
Depende bastante da percepção de cada pessoa, mas essa joia rara me chamou atenção!

Esse é um colar com uma energia muito forte! É feito de sementes de árvores que são colhidas em determinadas épocas do ano: Pacari, Pau Brasil e Mawí.
A semente maior e clara se chama Pacari, só é encontrada na natureza por crianças e pajés. Se qualquer outra pessoa procurar, não irá achar a semente! Isso mesmo! Segundo Katyre, a semente tem uma energia tão boa e forte, que somente pessoas com energias semelhantes conseguem achar, no caso as crianças que estão puras, e o pajé com seu poder espiritual e de vivência perante a tribo.

São essas experiências culturais que tivemos a oportunidade de ter. É muito interessante, que tenhamos momentos como esse nos festivais. É saindo da caixinha que nossa mente se expande.
Os festivais são realmente como uma escola! Nós aprendemos muita coisa, inclusive a sermos humanos! Respeitar as diferenças, ter empatia, ouvir, falar, trocar experiências.
PINTURA CORPORAL
Olha, é impossível não se apaixonar por elas!
Os Pataxós estavam realizando pinturas faciais e corporais! Com desenhos usados nas tribos, os índios pintavam os ravers, que saiam prontos para curtir a festa no melhor estilo! Mas não devemos levar em consideração apenas o estilo. Precisamos enxergar a importância desse momento, que também pode ser comparado a um ritual, onde você é preparado para celebrar o seu próprio ritual.
O resultado foi lindo!

CERIMÔNIA DE UNIÃO
Na terça à tarde, durante o set do Special M, os índios realizaram um casamento Xamânico! Um casal de noivos decidiu realizar um casamento na rave e os Pataxós fizeram uma bela celebração! Imagina que incrível casar em um festival, gente?! Hahaha
A cerimônia foi linda!
Os índios e as índias arrumaram os noivos, fizeram as pinturas, colocaram o cocar e seguiram pela festa até o mirante, onde o noivo coroou a noiva.

Rodrigo Pessôa e Isabelle A. Furtado
O noivo carregou um tronco do mesmo peso que a noiva até o “altar”. Na aldeia, caso a noiva passe mal, o índio precisa ser capaz de carregar a Índia em busca de socorro, portanto, essa é a prova que ele aguenta a carregar noiva e pode estar junto dela para o resto da vida.
Neste caso específico, o tronco não é exatamente do peso desta noiva, pois não foi possível levar o tronco da Bahia para São Paulo, mas o símbolo deste ato foi o mesmo que na aldeia. Os índios fizeram a limpeza energética nos noivos e continuou o ritual até o final do casamento, que teve seu desfecho em frente à lojinha da tribo.

Essas experiências foram incríveis e a cultura aprendida foi enorme. Nosso desejo é que essa riqueza cultural, dos festivais, chegue cada vez mais nas ravers.
Precisamos ter novos tipos de reflexões, quebrar padrões, desconstruir crenças limitantes e assim conseguiremos ser melhores humanos, tanto para nosso eu interior, quanto para a humanidade!

Rodrigo Pessôa e Isabelle A. Furtado

Idealizadora da Hï BPM, Rafaela desenvolveu o projeto pois acredita que todos merecem e devem conhecer a essência do Psytrance, que é capaz de transformar a vida das pessoas, assim como fez com a sua!